segunda-feira, 26 de julho de 2010

Os riscos de uma doença silenciosa

Embora seja uma velha conhecida dos médicos, a hipertensão arterial vem sendo considerada uma das mais preocupantes epidemias do mundo moderno.

Na origem da doença, que no Brasil assumiu lugar de destaque entre os principais problemas de saúde pública, está o consumo excessivo de sal, aliado a estresse e fumo.

Especialistas argumentam que, reduzindo esses fatores de risco, seria possível diminuir drasticamente as chamadas mortes evitáveis, que não ocorreriam se os 30 milhões de brasileiros hipertensos – fora aqueles que desconhecem ter a enfermidade – fossem tratados adequadamente.

A hipertensão está ligada a derrames e a infartos, cada vez mais comuns no país.

Saleiro, álcool, tabaco e estresse devem ser evitados

Foi esse cenário que levou a Sociedade Brasileira de Cardiologia a lançar, em abril, a campanha Eu sou 12 por 8. A intenção é alertar para o problema e convencer a população a se prevenir, evitando o tabagismo, praticando exercícios físicos, ficando longe do saleiro, reduzindo o álcool e se estressando menos.

A ideia é chamar a atenção para uma doença que os médicos classificam como silenciosa – e, por isso mesmo, tão perigosa. Segundo o cardiologista Carlos Alberto Machado, é comum o paciente não perceber os sintomas ou confundir o que sente com outra coisa – como uma simples dor de cabeça, por exemplo.

– Queremos frisar que os hipertensos devem ter o hábito de controlar a pressão e mantê-la sempre em 12 por 8. Quem não tem problemas de pressão deve medi-la duas vezes por ano.

Para Ivo Nesralla, diretor-presidente do Instituto de Cardiologia, a pressão não precisa necessariamente estar em 12 por 8 – pode até chegar a 13 por 9, dependendo do caso. O importante é que o paciente se policie para levar uma vida saudável. Isso significa sair com os amigos, rir, relaxar, amar. E, é claro, controlar o sal.