domingo, 18 de maio de 2008

Hipertensão Arterial: técnica de medida da pressão arterial



O esfigmomanômetro de coluna de mercúrio é o ideal para essas medidas. Os aparelhos do tipo aneróide, quando usados, devem ser periodicamente testados e devidamente calibrados. A medida da pressão arterial deve ser realizada na posição sentada, de acordo com o procedimento descrito a seguir:

1) Explicar o procedimento à pessoa.

2) Certificar-se de que a pessoa:

— não está com a bexiga cheia;

— não praticou exercícios físicos;

— não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes da medida.

3) Deixar a pessoa descansar por 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável.

4) Localizar a artéria braquial por palpação.

5) Colocar o manguito firmemente cerca de 2 cm a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço e seu comprimento, envolver pelo menos 80% do braço. Assim, a largura do manguito a ser utilizado estará na dependência da circunferência do braço da pessoa.

6) Manter o braço da pessoa na altura do coração.

7) Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do manômetro aneróide.

8) Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, para a estimativa do nível da pressão sistólica, desinflar rapidamente e aguardar de 15 a 30 segundos antes de inflar novamente.

9) Colocar o estetoscópio nos ouvidos, com a curvatura voltada para frente.

10) Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa antecubital, evitando compressão excessiva.

11) Solicitar a pessoa que não fale durante o procedimento de medição.

12) Inflar rapidamente, de 10 mmHg em 10 mmHg, até o nível estimado da pressão arterial.

13) Proceder à deflação, com velocidade constante inicial de 2 mmHg a 4 mmHg por segundo, evitando congestão venosa e desconforto para a pessoa.

14) Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff), que se intensifica com o aumento da velocidade de deflação.

15) Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff), exceto em condições especiais. Auscultar cerca de 20 mmHg a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff).

16) Registrar os valores das pressões sistólica e diastólica, complementando com a posição da pessoa, o tamanho do manguito e o braço em que foi feita a mensuração. Deverá ser registrado sempre o valor da pressão obtido na escala do manômetro, que varia de 2 mmHg em 2 mmHg, evitando-se arredondamentos e valores de pressão terminados em “5”.

17) Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas.

18) A pessoa deve ser informada sobre os valores da pressão arterial e a possível necessidade de acompanhamento.


Fonte:

III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

Sociedade Brasileira de Hipertensão

Sociedade Brasileira de Cardiologia - Departamento de Hipertensão Arterial

Sociedade Brasileira de Nefrologia - Departamento de Hipertensão Arterial